Teologia da pregação e a experiência
Síntese do livro Teologia, Uma introdução à teologia cristã.
Experiência deriva da palavra latina experientia, que está relacionada com a nossa caminhada pela vida, aquilo que aprendemos e acumulamos ao longo da nossa vivência.
Quando falamos em experiência temos que levar em conta alguns fatores, como nossas crenças, nossos valores e nosso modo de vida.
A experiência é algo pessoal, só que ela não pode substituir a revelação.
O cristianismo não trata apenas de ideias (como nossa análise sobre as Escrituras, a razão e a tradição parece indicar), na verdade, o cristianismo trata da interpretação e da transformação da vida interior do indivíduo.
O interesse pela experiência humana é particularmente associado ao movimento conhecido com existencialismo, uma filosofia da experiência humana.
Para a filosofia existencialista o simples fato de existir é importante para nós e achamos difícil, senão impossível, assumir uma postura desinteressada em relação a isso, temos consciência de que existimos e que um dia nossa existência terminará com a morte.
O existencialismo é um protesto contra a visão de que os seres humanos sejam “coisas”, deve- se valorizar a existência pessoal do indivíduo.
O termo existencialismo significa valorização da vida humana, que põe ênfase particular sobre a dimensão da experiência imediata, e percebe o limite da existência humana, sendo consciente da sua mortalidade.
Em um sentido mais profundo. o termo está ligado a um movimento que provavelmente alcançou seu ápice no período entre 1938 e 1968, cujas origens se encontra sobretudo nos escritos do filósofo dinamarquês Soren Kierkegaard (1813 – 1855). Esse filósofo destacou a importância da decisão individual e de uma consciência dos limites da existência humana.
Em termos de história da teologia moderna, a contribuição mais importante para o avanço do existencialismo se deve a Martin Heidegger (1888 -1976), em especial à sua obra Being and time (Ser e Tempo – 1927).
Rudolf Bultmann absorveu essas ideias e as utilizou para criar uma narrativa existencialista cristã a respeito da existência humana, e a forma como ela é iluminada e transformada pelo evangelho, Bultmann defendeu que o vocabulário existencialista de Heidegger poderia ser adaptado para expressar as ideias básicas do Novo Testamento, de forma que fizesse sentido para uma audiência secular.
Toda nossas fraquezas e finitude reconhecemos que foram enfrentadas e vencidas por Cristo, cuja vitória se torna nossa vitória por meio da fé.
O interesse pela experiência humana não é algo novo, e já podia ser observada no Antigo Testamento e nas obras de Agostinho de Hipona.
Martinho Lutero afirmou que a experiência faz o teólogo e defendeu que era impossível alguém ser um bom teólogo, sem que houvesse experimentado o duro e terrível julgamento de Deus sobre o pecado humano.
Para Paul Tillich todo o ser humano compartilha de uma experiência podendo ser religiosa ou não, e a apologética cristã é capaz de demonstrar que o evangelho cristão fornece um sentido para essa experiência humana comum.
Para Lutero a experiência deve ser interpretada a luz da teologia, pois a teologia interpreta nossos sentimentos, até mesmo a ponto de contradizê-los, quando são enganosos.
Para Ludwing Feuerbach os seres humanos criaram seus deuses. Que incorporaram as concepções idealizadas pelos seres humanos, reflexos de suas aspirações, necessidades e temores, pois o sentimento humano não tem ligação alguma com Deus é de origem puramente humana, contrariando o que acreditava Agostinho que o sentimento humano suspirava por Deus.
Para Feuerbach a noção de Deus era uma ilusão, criada pela experiência do ser humano de si próprio.
Fonte Consultada:
Aliester E. McGrath
Livro: Teologia – Sistemática, Histórica e Filosófica.
págs 232-240
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