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Panorama Bíblico do Quarto Evangelho

A tradição considera João como o autor do Quarto Evangelho que leva seu nome, mas na época moderna essa autoria é discutida, há uma tendência de se pensar em uma comunidade joanina, um grupo de cristãos dos primeiros dias que defendem várias posições em comum.

O escritor Leon Morris diz que temos levar em consideração o que é mencionado em At 4.13, relatando que Pedro e João foram chamados de homens iletrados e incultos, e como esse pescador por profissão conseguiria escrever esse livro com tanta maestria, Morris levanta uma suposição, que se considerarmos João como escritor desse livro ele possa ter sido ajudado por um escriba a quem ele ditasse, e haveria a possibilidade desse escriba ter ajudado a dar forma ao texto.[2]

O livro não menciona autoria, mas os que mantêm a posição conservadora creem em João como seu autor, enquanto outros não fecham o assunto em relação à autoria, considerando vários autores uma hipótese necessária.

O autor Helmut Koester também não acredita em João como sendo o autor deste evangelho e acredita que tenha sido escrito em algum lugar da Palestina ou da Síria.

Já o site CACP, por manter uma teologia mais conservadora e seguindo uma linha apologética se utiliza das seguintes argumentações para defender a autoria do apóstolo João:

O Evangelho de João foi aceito como canônico pela primitiva congregação cristã. Aparece em quase todos os catálogos antigos, sendo neles aceito sem questão como autêntico. As epístolas de Inácio de Antioquia (c. 110 d.C) contêm claros sinais de que ele usou o Evangelho de João, como também acontece com os escritos de Justino, o Mártir, uma geração depois. É encontrado em todos os códices mais importantes das Escrituras Gregas Cristãs Sinaítico, Vaticano, Alexandrino, Ephraemi, Bezae, Washington I e Koridethi bem como em todas as versões primitivas. Um fragmento deste Evangelho, contendo parte do capítulo 18 de João, encontra-se no papiro John Rylands 457 (P52), da primeira metade do segundo século. Também, partes dos capítulos 10 e 11 de João são encontrados no Papiro Chester Beatty N.° 1 (P45), e uma grande parte do livro inteiro se encontra no Papiro Bodmer N.° 2 (P66) do início do terceiro século.[3]

No que concerne à datação do quarto evangelho temos uma variação que vai da metade do século I até a metade do século II.

Carson propõe uma data entre 80 e 85 e fornece ao menos quatro argumentos para defender sua posição.[4]

Sobre o pano de fundo na qual o livro foi escrito falarei sobre o helenismo e o gnosticismo.

O Helenismo: O helenismo era um sistema sincretista, sob cuja superfície o pensamento e as crenças de muitas religiões orientais continuaram a exercer sua influência. No ramo sírio do helenismo, por exemplo, o zoroastrismo, religião do Antigo Império Persa, ainda estava bem vivo, e ensinava um dualismo na qual havia uma batalha entre os poderes da luz, liderados pelo espírito bom Ahura Mazda e os poderes das trevas conduzidos pelo espírito mau Angra Mainyu.

Para o zoroastrismo essa era de impiedade, terminará e se iniciará à era de retidão, o fim do mundo sobrevém, os mortos são ressuscitados, após passar pelo julgamento e purificação e surge uma nova era e um novo céu.

A influência do zoroastrismo e de toda cultura perso-babilônica é amplamente ilustradas nos escritos dos judeus apocalípticos, em menos extensão nas obras do judaísmo farisaico, e nos escritos dos Pactuantes de Qunram,

Essa escatologia do zoroastrismo dá ênfase na vida após a morte, na separação da alma do corpo no momento após a morte, na ressurreição, no juízo final, e na doutrina sobre anjos e demônios.

Já o helenismo egípcio, é marcado por antigas tradições religiosas e místicas do Egito e da Babilônia fundidas com a nova ciência e cultura grega, muitos judeus são influenciados por essa ideia filosófica de pensamento.

Alguns livros escritos por judeus helenistas relatam essa fusão de pensamentos como o livro Sabedoria de Salomão, que ensina sobre a sabedoria 7.7, 7.25, 9.1, 9.9, esse mesmo livro também ensina sobre a preexistência da alma 8.19-20, o escritor judeu Philo de Alexandria também foi um grande propagador desse ensino, e segundo o autor C. H. Dodd esses escritos que surgiram no Egito foram os que influenciaram profundamente o escritor do livro de João, surgindo à literatura hermética.[5]

Esses livros judeus de caráter apocalíptico expressam essa crença platônica na imortalidade da alma, como vemos em Sabedoria de Salomão 3.1-5, I Enoque 102.6-11.

O Gnosticismo: O autor C. H. Dood, quando escreve sobre a relação do gnosticismo com o cristianismo, ele diz que não há nenhum registro de quando ele surgiu se é pré-cristão ou se ele derivou do cristianismo, pois para ele todos os sistemas gnósticos típicos combinam de vários modos e em proporções variadas, ideias provenientes do cristianismo com ideias de outras tradições religiosas ou filosóficas. [6]

Alguns estudiosos ainda acreditam que  o gnosticismo era uma heresia perigosa que ameaçava a igreja primitiva durante os primeiros três séculos, influenciado por filósofos como Platão.

Para esses o  gnosticismo é baseado em duas premissas. Primeiro essa teoria sustenta um dualismo em relação ao espírito e à matéria. Os gnósticos acreditam que a matéria seja essencialmente perversa e que o espírito seja bom. Como resultado dessa pressuposição, os gnósticos acreditam que qualquer coisa feita no corpo, até mesmo o pior dos pecados, não tem valor algum porque a vida verdadeira existe no reino espiritual apenas, para eles a salvação da alma se realiza pelo conhecimento.

Para Leon Morris o que temos que ter em mente é que o evangelho de João é uma doutrina sobre Cristo, pois o autor começa o evangelho afirmando que “No princípio era o Verbo” (1.1) e no 20.31 escreveu dizendo:

“31Estes, (sinais), porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que crendo, tenhais vida em seu nome.[7]

 Na primeira estrofe do capítulo que é composta dos vv.1-5, João fala a respeito do “Logos” e lhe atribui algumas características como Luz, Deus, Vida e  Criador.

“1No princípio era o Logos, e o logos estava junto de Deus, e o logos era Deus.2Este estava no princípio junto de Deus. 3Tudo por meio dele se fez, e sem ele nada existe. 4Nele a vida estava, e a vida era a luz dos homens.5E a luz na escuridão brilha, e a escuridão não a compreendia”

João aplica vida e luz ao Logos, a palavra luz relata o conflito entre luz e escuridão é um elemento do simbolismo e se encontra em muitas religiões helenísticas, para Leon Morris, João faz uso de intertextualidade utilizando as passagens do Antigo Testamento, que usam de sinônimos que ligam vida e luz a Deus, como vemos em Salmos 36.9:

“9Porque em ti está o manancial da vida; na tua luz veremos a luz.”

O conceito a respeito do “Logos” é bem interessante, para Helmut Koester o autor do evangelho se apropriou do hino, certamente conhecido pela comunidade de João e que fazia parte da teologia da sabedoria judaica, e que o termo “sabedoria” (sophia) foi substituído pelo termo grego “logos” ( palavra).[8]

Por mais que conhecemos o logos como palavra ou verbo, os gregos faziam distinção, nos termos aplicados para a palavra falada como “logos prophorikos” e para a palavra que ficava com a pessoa (razão) como “logos endiathelos”.

O estoicismo afirma que todo universo é corpóreo e é governado por um Logos divino, noção essa que os estoicos pegaram de Heráclito e desenvolveram (Heráclito era um filósofo grego, pré-socrático, que acreditava que tudo acontecia de acordo  como o Logos, e já na sua época o logos podia significar razão, princípio e explicação).

Para o estoicismo o Logos ou razão universal ordena todas as coisas, tudo surge a partir dele e de acordo com ele, graças a ele o mundo é um “cosmos”(termo que em grego significa harmonia), visto que o homem buscava intensamente essa harmonia e tranquilidade de vida.

No oriente antigo, uma “palavra” era considerada, de modo geral, não como designação indicativa, portadora e mediadora do conteúdo significante, mas, sim como poder que era eficaz nas encantações e feitiços, em bênçãos e maldições, mesmo no mundo do espaço e da matéria. Uma maldição como palavra nociva, podia penetrar na pessoa afetada como substancia desintegrante, espalhando-se de dentro para fora.

A palavra divina, especialmente, tinha esse poder dinâmico e potência criadora, conforme se acreditava no Egito, na Assíria e na Babilônia.[9]

Para os gnósticos o logos é a verdade, e através de uma purificação moral, mediante as práticas da virtude e uma preparação intelectual (conhecimento, ou seja, da gnose), sempre entendendo o corpo como uma prisão da alma, e que ela precisa se libertar.

As características do gnosticismo são: conhecer o logos, agir segundo o logos e ensinar aos demais as coisas ocultas acerca da verdade (às coisas místicas).

Analisamos brevemente as cinco primeiras estrofes do hino a respeito do logos, mencionada no primeiro capítulo  e como as diversas culturas e religiões tinham sua cosmovisão a respeito do logos.

E nesse ponto que chegamos existe um dilema teológico e temos que tomar nossa decisão, que envolve nossa tradição, nossa cosmovisão, nossa fonte de autoridade e nossa experiência espiritual, pois, cada autor defende sua linha teológica e como entenderam a respeito do logos, eu tenho minha opinião, que autor sim utilizou os termos de seu contexto, sejam eles gnósticos, helenistas e os ressignificaram, mostrando que o Logos que todos conheciam era Jesus Cristo, e eu concordo com Leon Morris quando diz  que o evangelho de João é uma doutrina sobre Cristo.

A segunda estrofe é composta dos vv. 6-8 e menciona a testemunha João:

“6Houve um homem, enviado de Deus, o nome dele é João. 7Este veio para testemunha, afim de que testemunhasse a respeito da luz. Para que todos acreditem por meio dele. 8Não era este a luz, mas para que testemunhasse a respeito da luz”

Neste hino ocorre duas pausas para mencionar a testemunha João Batista, e a primeira ocorre nos vv. 6-8, para o autor fazer essas pausas é porque deveria ser muito importante mencionar testemunhas.

No prólogo, João é mencionado como testemunha para que testificasse a respeito da luz, para todos crerem por intermédio dele.

Helmut Koester nos traz uma informação interessante a respeito dessa primeira pausa, poderia ser por causa dos desentendimentos dos que seguiam João Batista e os seguidores de Jesus mencionados no Cap.3.22-30, mostrando para os dois grupos que João é somente a testetunha.

A terceira estrofe é composta do vv. 9-14:

 “9Era a luz verdadeira, que está iluminando todo homem, que vem para o mundo. 10No mundo estava, e o mundo por meio dele existiu, e o mundo não o conheceu. 11Veio para os seus, e os seus não o reconheceu. 12Mas todos quantos o receberam, deu-lhes o privilégio de se tornarem filhos de Deus, para os que estão crendo em seu nome.13Não os nascido dos sangues nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. 14E o logos se tornou carne e habitou entre nós e vimos sua glória, glória como do unigênito do pai, cheio de graça e verdade.”

Aqui vem o ápice quando o Logos se torna carne, ou seja, a Palavra ou Verbo é manifestado entre nós de uma forma visível, João deixa claro que Deus estava fazendo algo extraordinário, as realidades do céu foram trazidas para as pessoas aqui na terra e nesse v.14 vemos essa sólida afirmação da encarnação, eu traduzi o verbo como se tornou, já Leon Morris traduziu como se fez, mas ambas as traduções vem do verbo que está no tempo aoristo, por mais que esta ação está no passado ela não terminou e sua ação continua refletindo para todo sempre.

A Palavra aqui é o próprio Deus, e a carne considerada para os gnósticos como algo desprezível, onde se localiza toda impureza, funcionando como uma prisão, e que a salvação pra eles é se libertar desse corpo.

João vem e diz que esse corpo que eles desprezavam se tornou o receptáculo do Divino cheio de glória e que o Logos Encarnado é a verdadeira Luz e a Verdade Divina revelada aos homens e essas verdades ocultas que eles buscavam foram reveladas na Palavra Encarnada.

O autor agora abre o leque e diz que o direito de ser filho de Deus, não vem mais por essa busca oculta e práticas místicas, mas pela fé na revelação do Unigênito do Pai (o Logos Encarnado).

Agora chegamos à análise exegética da última estrofe desse hino, mostrando mais uma pausa do prólogo, só que agora o autor relata qual foi o testemunho de João Batista a respeito do Logos.

 15João testemunha a respeito dele e exclama dizendo. Este era o qual disse o que vem depois de mim, antes de mim existe, porque antes de mim existia. 16Porque da plenitude dele todos nós recebemos a graça sobre graça.17Porque a lei foi dada por meio de Moisés, e a graça e a verdade vieram por  meio de Jesus Cristo.18Ninguém jamais viu a Deus, o Deus unigênito, o que está junto do seio do pai, ele revelou.”

Interessante esse testemunho de João Batista que afirma que o Logos é Jesus Cristo, e ele é o Deus unigênito, ou se utilizarmos a crítica textual podemos dizer que é o Deus Único, que já existia antes dele, e através da plenitude dele todos nós recebemos a graça sobre graça.

A palavra “seio” mencionada no v.18, nos mostra um relacionamento íntimo e afetivo, Ele é vindo do próprio coração de Deus, Ele nos revela a Deus e nos concede um conhecimento genuíno e íntimo do Pai, no Cap. 6.46 mostra esse relacionamento especial com Deus.

“46Não que alguém visse ao Pai, a não ser aquele que é de Deus; este tem visto ao Pai.”

Para João, conhecer o Filho significa conhecer o Pai (8.19, 14.7, 16.3).

Quando os escritores do Novo Testamento escreveram sobre a verdade eles tinham em mente um conceito do Antigo Testamento, no qual em algumas passagens Deus  é mencionado como “Deus da verdade”( Sl 315.5, Is. 65.16).

Essa verdade é manifesta em Jesus Cristo e está intimamente ligada Nele e através Dele essa verdade divina é revelada ao homem.

Mediante essas informações não precisamos mais viver em busca de uma verdade que aparentemente está oculta ou distante de nós, pois, essa verdade é Jesus Cristo, o Filho de Deus, que está entre nós, habita em nós seres humanos, Ele é nossa Luz, a Palavra viva que trás sentido a nossa existência, por Ele tudo foi criado, por Ele tudo se mantém e Nele temos vida, pois ele é a Vida.

Bibliografia

Bíblia de Estudo Pentecostal, págs 1830-1841

Rienecker Fritz, Rogers Cleon, Chave Linguistica do N.T. Ed. Vida Nova, São Paulo, SP, 2009, pgs. 161-162.

Mounce. D. William. Léxico Analítico Grego do Novo Testamento. Ed. Vida Nova, 2012, São Paulo. SP

Bíblia de Estudo de Genebra, Ed. Sociedade Bíblica do Brasil. Ed. Cultura Cristã,

Bíblia Teb, tradição ecumênica. São Paulo, Ed. Loyola. 1994. Pgs.2036-2045

Bíblia de Jerusalém, Ed. Paulinas. 3ª Impressão, outubro 1987, São Paulo, Sp, pgs.1979-1986

Russel. S. David. Entre o Antigo e o Novo Testamento. Ed. Abba Pres. Pgs. 07-37

Bíblia de Estudo Almeida, versão Revista e Atualizada, Tradução João Ferreira de Almeida, 2ª Edição 1993, pág. 296.

Kurt Aland, The Greek New, 1985, pgs. 320-322.

Dodd Charles Harold. A Interpretação do Quarto Evangelho, Ed. Paulinas, 1977, São Paulo, SP.

Morris Leon, Teologia do N.T. Ed. Vida Nova, 1ª Edição, São Paulo, SP, pgs 267-353.

Koester Helmut, Introdução ao N.T. Vol. II.

Dicionário Internacional de Teologia do N.T. Vol. II.

Site CACP-centro apologético cristão de pesquisas. http://www.cacp.org.br/quem-foi-o-autor-do-evangelho-de-joao/

[2] Morris Leon, Teologia do Novo Testamento, editora vida nova, 2003, pg.268

[3] Site cacp-centro apologético cristão de pesquisas. http://www.cacp.org.br/quem-foi-o-autor-do-evangelho-de-joao/

[4] Carson, D. A. Introdução ao Novo Testamento, Ed. Vida Nova, 2001, p. 191.

[5] https://pt.wikipedia.org/wiki/Hermetismo. Hermetismo é o estudo e prática da filosofia oculta e da magia associados a escritos atribuídos a Hermes Trismegisto, “Hermes Três-Vezes-Grande”, uma deidade sincrética que combina aspectos do deus grego Hermes e do deus egípcio Thoth.

Para C.H. Dood- a literatura Hermética compõe- se da fusão do platonismo e do estoicismo. C.H.DODD. A interpretação do Quarto Evangelho. Edições Paulinas.1997.pg.21

[6] C.H.DODD. A interpretação do Quarto Evangelho. Edições Paulinas.1997.pg. 135

[7]   20.31. Bíblia de Estudo Almeida. Tradução de João Ferreira de Almeida, Revista e Atualizada, 2ªEdição, 1999, Sociedade Bíblica do Brasil. Sinais entre parênteses foi colocado por mim.

[8] Helmut Koester. Introdução ao Novo Testamento. Vol. II. Ed. Paulus 2005. Pg. 206.

[9] Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, Vol. II, Lothar Coenen e Colin Brown, Ed. Vida nova 2013, pg.1516

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Sobre o Autor

Universo da Teologia
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Em primeiro lugar eu sou um cara apaixonado por Deus e pela minha família. Eu sou teólogo, professor de teologia, escritor, blogueiro, rapper

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