Escolasticismo
Escolasticismo
A Idade Média é sempre colocada como um período sombrio para a humanidade, porém, entre os séculos XI e XIV na Europa Ocidental, ouve uma época fecunda na educação filosófica.
Surgem as primeiras universidades, verdadeiras instituições do saber e a escolástica foi um pensamento dominante presente nas universidades medievais.
O termo escolasticismo vem do latim scholasticus, e este por sua vez do grego σχολαστικός (que pertence à escola, instruído, lugar que se aprende)
O termo foi aplicado a professores na escola palaciana de Carlos Magno e também aos eruditos medievais que utilizavam a filosofia no estudo da religião e da teologia.
Escolasticismo conciliava a fé cristã e a razão humana, ou seja, foi um movimento intelectualista que nasceu nas escolas monásticas cristãs.
Foi o método de pensamento crítico dominante no ensino nas universidades medievais europeias de cerca de 1100 a 1500.
O termo Universidade surgiu no período do escolasticismo, que era a reunião de mestres e alunos em associações.
Temos alguns nomes influentes do escolasticismo, um deles foi Pedro Abelardo (1079-1142).
Filho mais velho de um nobre menor de Britttany (noroeste da França). Abelardo por amor ao saber, desistiu de seus direitos de herança em favor de seus irmãos, e vagueou pela França para sentar-se aos pés dos grandes mestres, ora escutando-os, ora desafiando-os abertamente nas aulas.
Mais tarde se estabeleceu como conferencista em Paris, atraindo uma multidão de alunos. Também começou a escrever.
Ele utilizou o método da dúvida, ou seja, o questionamento assíduo e frequente, pois, para ele pela dúvida inquirimos e pela inquisição chegamos à verdade, mas por suas ideias acabou sendo perseguido.
Um de seus perseguidores mais ferrenhos foi o abade Bernard de Clairvaux, o mais influente clérigo do cristianismo.
Bernard perseguiu Abelardo tão devotamente quanto preconizava a segunda Cruzada.
“A fé que o justo professa, não se discute”, declarou ele. Após a instigação de Bernardo, um concílio da igreja em Sens, em 1140, condenou Abelardo por heresia.
Abelardo retirou-se para o monastério de Cluny, onde ficou em isolamento pelos dois anos restantes de sua vida.
Mas ninguém conseguiu impedir o crescimento das sementes que ele deixou. As escolas brotaram por todo o continente. Menos de cem anos após sua morte, floresceram universidades em Paris, Orleans e Montpellier na França, ao longo do Canal de Mancha, em Oxford e Cambridge, e na Bolonha em Pádua na Itália.
No século XIII os textos dos antigos gregos estavam sendo despejados na Europa e minando a fé e incitando heresias.
As palavras-chaves de Aristóteles agora se encontravam disponíveis, e sua doutrina sobre a natureza do universo levava os homens a duvidar da revelação.
Da Espanha, o trabalho do filósofo muçulmano Averróes e do filósofo judeu Maimônides espalhavam ceticismo, especialmente na universidade de Paris.
Dentro desse cenário surge o nome mais influente do escolasticismo o ilustre Tomás de Aquino (aprox.1224 a 1274), ele foi enviado da Itália para Paris.
Assim como Abelardo, honrava a razão acima de todos os outros atributos humanos, mas se distinguia tanto por sua fidelidade a igreja como pela erudição.
Ao invés de imediatamente denunciar as ideias de Averróes, Maimônides e Aristóteles, ele examinou seus escritos ponto por ponto, refutando alguns e reconciliando outros com o cristianismo.
O resultado foi a Suma Teológica (um resumo do conhecimento teológico). A Suma Teológica tinha em vista todo o universo.
Tomás diz em seu o início: “Na doutrina Sagrada (teológica) todas as coisas são
tratadas do ponto de vista de Deus, e o conteúdo da teologia é em parte o próprio Deus e em parte os outros seres ordenados para a Deus”.
Aquino fez uma clara distinção entre filosofia e teologia, razão e revelação, mas não há contradição entre elas.
Ambas são fontes de conhecimento, e vem do mesmo Deus. As duas diferem em seu método de busca da verdade. A razão se baseia na criação visível e alcança ideias que lidam com o “vestíbulo da fé”.
A revelação olha para Deus como ele é em si mesmo e, por isso, é superior a razão, ambas com certeza e o tema que lhe são próprios.
Tão convencido estava Aquino da divina Sanção do papado que insistiu que a submissão ao papa era necessária a salvação.
Segundo Pedro Lombardo, estudioso anterior a ele, Aquino validou sete Sacramentos.
Que são: batismo, confirmação, ceia do senhor, confissão, extrema-unção, casamento e ordenação.
Para Aquino o Sacramento dos sacramentos, contudo é a ceia do Senhor, que é mais do que a comunhão da Igreja Primitiva.
Sustentava que ela é um verdadeiro sacrifício, que da continuidade ao sacrifício de Cristo na cruz e predispõe Deus a agraciar aqueles que eu oferecem.
Aquino cria na transubstanciação, na confissão como Sacramento da Cura Espiritual sendo a providência divina para o Cristão batizado.
O sacerdote como médico espiritual capacitado, aplica o remédio adequado e pronuncia a absolvição, e satisfação, por meio da qual o cristão transforma os efeitos malignos do pecado em algo bom, geralmente, chamada de “ato de penitência”.
Aquino aceitou as práticas das indulgências que tiveram destaque durante as Cruzadas.
Ele ensinava a doutrina do purgatório e também ensinava que o Santos Martires poderiam interceder por aqueles que estão no purgatório e aliviar o sofrimento de suas almas.
Fonte Consultada:
História do Cristianismo Ao Alcance de Todos
Shelley. L. Bruce
Ed: Shedd Publicações
pags 219-229
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