Crítica Textual do Novo Testamento
Ciência que procura restabelecer o texto original de um trabalho cujo autógrafo não mais exista, conhecida nos meios seculares como ecdótica (exame crítico e fidedigno de uma obra – dicionário informal), a crítica textual era chamada de baixa crítica.
Os críticos textuais do N.T. utilizam nesse processo as cópias manuscritas dos livros apostólicos na língua original, o grego, mas também antigas versões, citações de passagens bíblicas de antigos escritores.
A prática da crítica textual, portanto , exige um conhecimento especializado dos diferentes manuscritos e das respectivas famílias textuais, conhecimento da paleografia grega e do cânon (certos critérios científicos estabelecidos pelos críticos textuais para propiciar uma escolha inteligente entre dois ou mais textos divergentes), além do vocabulário e da teologia do autor cujo livro se examina.
Só assim serão exequíveis a reconstituição da história do texto sagrado da forma mais completa possível e a consequente edição de um texto que busque refletir com exatidão os termos do original.
A razão para a perda dos autógrafos neotestamentários foi a pouca durabilidade do material, como o papiro material utilizado na época, os manuscritos originais do N.T. foram lidos e relidos pelos cristãos apostólicos até de desfazerem e caírem em pedaços, porém antes que se tornassem ilegíveis ou desaparecessem, foram copiados e nessa cópias manuais alguns erros foram introduzidos.
Esse processo de cópias e recopias manuais se estenderam por quatorze séculos até a invenção da imprensa. À medida que se aumentava o número de cópias, se multiplicavam as divergências entre elas, pois cada escriba acrescentava os próprios erros àqueles já cometidos pelo escriba anterior, e essas variantes textuais têm suscitado sérios problemas para os estudiosos do N.T.
Qual a forma correta do texto, ou o que dizia exatamente o original?
A essa pergunta é que tratam de responder os críticos textuais, eles procuram reconstruir o texto que possua a maior soma de probabilidades de ser o original ou a forma primitiva do autógrafo.
Da crítica textual dependem todas as demais ciências bíblicas que corporalizam a religião cristã, pois lança os fundamentos sobre os quais toda e qualquer investigação bíblica deva ser construída.
Sem um texto grego fidedigno, tão mais próximo do original quanto possível, não há como se fazer crítica histórica ou literária, exegese, teologia, nem mesmo um sermão, para não falar em tradução, consiste num pré-requisito para todos os outros trabalhos bíblicos teológicos.
Resumo do livro Crítica Textual do Novo Testamento – Wilson Paroschi
Editora Vida Nova
Sobre o Autor
0 Comentários