Breve História de Israel
Resumo do livro Breve História de Israel do autor Milton Schwantes.
Introdução
Para entendermos a origem do povo de Israel é necessário entendermos o contexto do local onde se desenvolve sua formação, que é na terra de Canaã, terra de Israel ou Palestina.
A Palestina se localiza entre Mesopotâmia e o Egito, ela é delimitada pelos desertos e pelo mar sendo cercada por vales no litoral Saron e pelo profundo vale do Jordão, entre os dois estão às montanhas da Galiléia, da Samaria e de Judá.
Origem do Tribalismo
Do século XVI ao século XI a.c quem governava a Palestina era o Egito, mas não conseguiu impor sua própria administração aos cananeus, então procura fazer alianças com os reis das cidades estados cananéias, além disso o exército egípcio não era capaz de tornar-se tão presente na Palestina, dependia de sua anuais expedições de saque.
O Egito fazia parte dos grupos que haviam invadido séculos anteriores e formava a elite, controlava o campo, esse controle era exercido da força militar e da religião de El e Baal.
Forçava os camponeses a pagar tributos se não funcionasse pela religião usava-se a força militar e assim oprimia severamente o povo do campo.
Israel faz parte do povo do campo, faz parte da Palestina, não vem de fora, não surge pela conquista ou imigração.
A desintegração das cidades-estados e a mudança da idade do bronze para a idade do ferro fez com que o Egito reduzisse suas fortalezas militares e fez com que enfraquecesse seu domínio sobre Canaã.
Aproximadamente em 1300 a.C os camponeses aproveitam essa situação e migram para as montanhas, diversos grupos aderem essa novidade, todos vêm de êxodos, cansados da opressão se refugiam nas montanhas.
O que favoreceu essa nova oportunidade de habitar nas montanhas foi devido a utilização do ferro com isso a vida se torna mais fácil, com o descobrimento dessa técnica eles constroem cisternas para armazenar água das chuvas utilizando-a nas secas de verão, criam cidades sem opressão, surge essa sociedade de união, não há tributo nem sacerdotes corruptos, o tribalismo é igualitário, tudo é decidido na família, todos constroem, consomem, produzem e defendem a terra, quando surge algum problema um juiz se levanta para defender sua família, sua tribo.
Constituição da Monarquia
Em aproximadamente 1050 a.C a monarquia se impôs venceu o tribalismo no sentido de projeto social, mas a ideia tribalismo nunca foi destruída. Com o passar dos anos nesse sistema de monarquia começou a surgir o pobre, o escravo tudo isso foi devido à introdução do gado na produção agrícola, o gado precisava de um exército para defendê-lo, de mais comida e de mais espaço tirando a terra da população.
Além dos problemas internos o povo estava com medo da invasão de povos vizinhos, por habitarem perto das grandes rotas comerciais que passam pela Palestina, o caminho dos filisteus e o caminho Real, por isso todos queriam dominar militarmente essa rota e nesse cenário vai surgir à figura de um rei.
O primeiro rei é Saul, em seu início de governo Saul se mostra solidário no episódio que defende Jabes em Gileade, mas não formou um exército profissional, não organizou uma capital, sua família e alguns amigos eram sua corte, ele acaba sendo derrotado pelos filisteus pelo controle da rota comercial.
O próximo rei é Davi no período que estava fugindo de Saul torna-se mercenário conhecido como hapiru, se une a 400 homens desesperados e endividados (1Samuel 22-29), defende o gado dos ricos, chega a tornar-se mercenários dos filisteus e aprende o que é estado em sua força mais elaborada, conquista Hebron o centro da grande Judá, de Hebron conquista Jerusalém, derrota os filisteus e assume o controle da rota comercial.
No final da vida de Davi existiram lutas pela sucessão pelos grupos ligados ao campo e grupos ligados a cidade.
O último rei da monarquia unificada é Salomão que vence Adonias nessa disputa, Salomão representa o governo das elites da cidade e do comércio, enquanto que Davi buscava suas riquezas dos povos vizinhos Salomão organiza o tributo interno em forma de arrecadação e trabalho forçado na construção do templo e suas casas.
O templo é erguido e dedicado a Javé que é o Deus do camponês, para poder justificar a cobrança exploratória de tributos, já que o povo não negaria tributos para o seu “DEUS”, com isso ele se torna o Deus da base política de Israel, mas quem se alimenta disso tudo é o rei e o sacerdote.
O povo de Israel nasceu de tribos agora é uma sociedade unificada e Javé foi trazido como uma bandeira de união entre o camponês e a elite.Nessa época de monarquia o povo volta a ser explorado, oprimido e massacrado por essa monarquia corrupta.
Os profetas não aceitam essa religião do templo, não aceitam essa religião elitizada e o profeta Jeremias a chama de “CAVERNA DE SALTEADORES”-(Jeremias 7:1)
Com a morte de Salomão termina o reinado unido de Judá e Israel.
Os dois reinos Judá e Israel
Por volta de 926 a.C começa a história dos dois reinos, a razão da separação era eminentemente social, o povo de Israel estava cansado de pagar tributos e de ser explorado por Jerusalém.
O povo tenta fazer um acordo em Siquém com Roboão filho de Salomão para diminuir os tributos e a exploração, mas, Roboão não aceita então o povo mata Adonirão superintendente dos trabalhos forçados e voltam ao sistema de tribalismo.
Jeroboão é feito rei do norte ,o reino norte é mais voltado para o sistema antimonárquico e no sul quem governa é Roboão, o sul era mais dinástico.
O reino sul é marcado por sucessões familiares, já o reino norte é marcado por golpes de estado, no reino sul vai predominar no povo a esperança messiânica davídica.
Houve momentos que esses reinos se combateram (1Reis 15:16-22) e houve momentos que se aliaram( 1Reis 22:29).
Oséias proclama que Javé não quer mais sacrifícios, mas, sim solidariedade, o profeta luta pela realidade do povo sofredor, ele se torna um hermeneuta do povo interpretando e entendendo o contexto do povo pra poder defendê-lo.
No século IX a.C entre 850/800 a.C a parte norte tem forte estado econômico, militarmente forte, comprovado arqueologicamente com sua capital em Samaria, já a população no sul era escassa.
Reis e Impérios
Cada império teve sua forma de dominar uns mais cruéis que outros, mas, todos matando, roubando e cobrando impostos.
Um nova realidade surge na Palestina, agora o inimigo não vem do sul e sim do norte da Mesopotâmia.
Em 745 a.C a Assíria conquista a Palestina com Tiglate Pileser III, esse império é brutal e destruidor, eles aperfeiçoam a utilização do ferro com isso surge uma nova etapa, o ferro é mais refinado, laminado, as armaduras são mais leves e resistentes.
A forma de governo da Assíria é destruir por onde passa e isso faz com que eles acabem com tudo ao redor sem deixar locais para ser explorado futuramente.
Em 722 a.C O reino norte cai, a Assíria queria conquistar o Egito ao sul e precisa passar por Israel que estava entre eles na posição geográfica, a cidade é destruída, seus habitantes são levados em cativeiro e substituídos por povos de outras nações, transformando Israel em uma parte de seu sistema provincial, muitos do reino norte migram para o reino sul, e levam seus deuses, sua cultura.
Em 705-701 a.C o sul também é arrasado e 46 cidades são destruídas.
Em 671 a. C a Assíria conquista o Egito.
Em 640 a.C a Assíria perde o controle de Judá e começa a se enfraquecer, nesse período de disputas entre Egito, Babilônia e Assíria que já agonizava ocorre um momento na Palestina com Josias.
Breve período de autonomia nacional para Judá que, contudo está sob ameaça de um novo império que virá, Josias é colocado pra reinar com oito anos de idade (2Reis 21:24), reafirma-se o tribalismo.
Em 622 a.C ocorre a reforma de Josias, essa reforma se dá por causa do livro encontrado no templo (2Reis 22:23), esse livro é lido pelo rei, por seus ministros e faz todos desejarem a reforma, o livro do deuteronômio reafirma a união entre os irmãos segundo a reforma tribalista.
Em 614 a.C cai a cidade de Assur.pela Babilônia.
Em 612 a.C cai a cidade de Nínive a última capital da Assíria.
Em 609 a.C ocorre a Batalha de Carquemis na qual a Babilônia vence a Assíria e o Egito e toda a liberdade provisória de Israel estava prestes de terminar, Josias é morto em confronto com o Egito, o povo da terra colocou Jeoacaz seu filho em seu lugar que reinou por três meses e foi deportado para o Egito onde morreu, Jeoaquim foi feito rei pelos egípcios, mas logo depois perderam o domínio internacional para os Babilônios.
Em 605 a.C o rei Jeoaquim muda de lado e passa a pagar tributos para os Babilônicos nesse período Judá é invadida e Jeoaquim morre.
Em 597 a.C Joaquim filho de Jeoaquim assume o trono, nesse período dez mil da elite são deportados para Babilônia, Joaquim se rebela e também é levado cativo.
Em 587-586 a.C os babilônios fazem rei a Zedequias sobre os que restaram sobre Jerusalém e Judá, logo mais adiante Zedequias se rebela e deixa de pagar tributos, então Judá e Jerusalém são invadidas, tem o templo destruído, saqueado e as muralhas queimadas.
Os remanescentes vivem a retribalização, já na Babilônia os deportados viviam em Tel Aviv, trabalhavam para sua sobrevivência e pagavam o tributo, mas possuíam liberdade para cultuar seu Deus Iavé.
Em 550 a.C os Persas começam a emergir e segundo conta Heródoto, Ciro era parente dos Medos, logo Ciro conquista os Medos e unifica seu governo, eles governam através de satrapias ou províncias, possuem um sistema de comunicação bastante desenvolvido por um sistema de estradas, trocas de mercadorias e informações, os próprios persas é quem governa nas satrapias.
Em 539 a.C Ciro conquista a Babilônia , de criadores de cabra os persas se tornam uma potência.
Em 536 a.C Ciro permite a migração do povo judeu para sua terra, alguns judeus conquistaram alguma posição e não queriam ir para Jerusalém.
Na época de governo persa muitos viviam em grande miséria, a marginalidade dos pobres era a marca registrada da cultura, da vida cotidiana, ocorreu proliferação de muitas doenças como a lepra e nessa época surge a literatura sapiencial, os provérbios , as reflexões ,os salmos que tratam das dores sofridas.
Em 525 a.C Cambises filho de Dario conquista o Egito na batalha de Pelusa.
Em 515 a.C os judeus terminam a construção de templo que estava paralisada por quase 20 anos.
Em 490 a.C Dario I faz guerra contra os gregos, por mais que os persas eram muitas vezes superiores em sua forças bélicas, não conseguiram se impor nem por terra e nem por mar, as estratégias gregas lhe foram superiores e compensaram seus exércitos numericamente tantas vezes inferiores e os gregos foram superior nessa batalha.
Em 457 a.C Esdras vai para Jerusalém, ele era de origem sacerdotal, mas sua ação em Jerusalém não será de cunho sacerdotal, ele tem a missão de restaurar a lei de Deus no coração do povo, pois o sacrifício não ia bem, estava ocorrendo um certo desinteresse pelo sacrificialismo, os problemas sociais, a escravidão dos jovens, o descumprimento da lei na relação de casamentos com outros povos .
O povo precisava voltar a cumpri a lei para assim restaurar a sua identidade.
Em 445 a.C Neemias também vai para Jerusalém, ele era copeiro do rei, era um importante funcionário na corte persa ao saber da notícia sobre a ruína das muralhas de Jerusalém, e como sua família estava desprotegida e em grande miséria ele pede para o rei autorizar sua ida para restaurá-la.
Os adversários de Judá e os próprios contemporâneos não queriam que ele restaurasse os muros para Jerusalém não ser mais um entreposto alfandegário, essa restauração era contra os interesses dos que eram adeptos ao regime tribal.
Na construção dos muros aumentou muito o número de pessoas pobres que foram escravizadas, os judaítas mais ricos eram os credores que levavam os jovens a escravidão.
Mesmo diante de todas as opressões e impedimento, ele consegue restaurar os muros em 52 dias.
Em 333-323 a.C o império grego de Alexandre o Grande controla a Palestina
Em 323 a.C após a morte de Alexandre dois se seus comandantes, os diádocodos assumem o controle, primeiro foi o período de Ptolomeu ou Lágidas do Egito e depois os Selêucidas da Síria.
Nessa época de governo ptolomáico surge a tradução da bíblia para o idioma grego a chamada Septuaginta.
Já no governo sírio Antíoco Epífanes quer helenizar toda a Palestina, alguns aderem esses costumes, mais outros não, os Macabeus ou Asmoneus, se levanta por não aceitar essa cultura, nesse período os sacerdotes se corromperam e pagavam para assumir esse ofício sacerdotal.
Quando os descendentes do Macabeus, os hasmoneus brigavam pelo controle da Palestina, em
63 a.C Pompeu anexa a Palestina como província de Roma.
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