A visão dos quatro animais
Esse texto está em (Dn 7:1-28)
A visão de Daniel dos quatro animais subindo do mar —outra parábola que ilustra poder e graça— ele a teve uns 48 anos após o sonho de Nabucodonosor sobre o domínio mundial. Nessa visão, Daniel estava na praia do Mar Grande (mar Mediterrâneo), de onde surgiram os quatro reinos: Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia e Roma. Quatro animais grandes subiam sucessivamente do mar. Temos aí uma continuação do sonho de Nabucodonosor.
Na grande imagem temos o domínio gentílico em seu poder inteligente e harmonizado. Embora os impérios tivessem substância, força e caráter diferentes, tinham, contudo, uma só forma. Agora, nos quatro animais grandes apresenta-se outro lado, a saber, o terrível poder devastador dos impérios mundiais, simbolizados pela força bruta. Vejamos como esses dois aspectos se harmonizam. A impiedade e a ambição mundana —resultantes no fruto natural da crueldade e do crime— são nitidamente retratadas pelos reinos e pelos animais: aqueles observados de acordo com seus aspectos políticos externos, estes representados pelo pensamento que Deus tem acerca de suas características morais. A primeira visão é formada de imagens do mundo inanimado, mas aqui temos imagens tiradas do mundo animado.
Mar. Eis um símbolo perfeito da humanidade intranquila. A Bíblia apresenta as potências mundiais subindo da agitação do mar político (Jr 46:7,8; Lc 21:25; Ap 13:1; 17:15; 21:1). O mar pode ser traiçoeiro; e a traição participou ativamente do surgimento dos impérios mundiais. A inquietação também caracteriza o mar; e a história das nações é de constante mudança. O mar pode ser destrutivo; os sucessivos impérios vistos por Daniel foram, no mundo, forças mais destrutivas que construtivas. Os “quatro ventos” correspondentes aos “quatro animais” são uma parábola dos vários conflitos nos quatro cantos ou sentidos do mundo.
Animais. De modo geral, os quatro animais correspondem aos quatro grandes impérios do sonho de Nabucodonosor, cujas características foram mais animais que humanas. Por isso os impérios dessa visão parabólica são simbolizados por animais selvagens, notáveis por sua força e crueldade. Não se mencionam animais mansos ou dóceis por natureza, o que denota a total ausência dessas qualidades nesses reinos ímpios.
Leão com asas de águia. Olhando, Daniel viu o leão levantado da terra e posto em pé como um homem, e “foi-lhe dado um coração de homem” (Dn 7:4). No Museu Britânico podem-se ver colossais leões de pedra com asas de águia e cabeça de homem, trazidos em 1850 d.C. das ruínas da Assíria e da Babilônia. Esse animal corresponde ao primeiro reino mundial —a Babilônia— e ao seu rei que, em sua demência, por um tempo imaginou-se um animal (Dn 4:16,34). O leão é o rei dos animais, e a águia, a rainha dos pássaros, o que figuradamente representa a realeza da “cabeça de ouro” e a rapidez aquilina dos exércitos de Nabucodonosor. Por “arrancadas as asas”, podemos entender a insanidade animal de Nabucodonosor (Dn 4:20-27).
Urso com três costelas. Esse animal devorava a carne (Dn 7:5) e denota de modo perfeito o Império Medo-Persa, que rapidamente devorou a Babilônia, a Líbia e o Egito. Depois do leão, o urso é o mais forte e o mais bem conhecido pela voracidade. Sem a agilidade e a majestade do leão, o urso, grosseiro em seus movimentos, domina as suas vítimas pela força bruta. Dessa forma, o Império Medo-Persa, com movimentos pesados, obteve a vitória, não pela bravura e pela perícia, mas pelo vasto contingente pronto a devorar “muita carne”. Pelas três costelas entendemos os três reinos: Babilônia, Líbia e Egito, que formavam a “tríplice aliança” para resistir ao poder medo-persa, sendo destruídos por ele.
Leopardo com asas e cabeças. O terceiro animal —”semelhante a um leopardo, e tinha quatro asas de ave nas costas […] tinha quatro cabeças” (7:6)— é em geral identificado com o Império Grego, que atacou rapidamente e engoliu o mundo conhecido com espantosa e inesquecível rapidez. O “leopardo”, o mais ágil e gracioso dos animais, teve sua velocidade auxiliada pelas “asas”. Alexandre, o Grande, com um exército pequeno, mas bem equipado e corajoso, movimentou-se com grande velocidade e em dez anos derrotou os pesados exércitos da Pérsia, subjugando o mundo civilizado. Sendo “quatro” o número da terra, pode denotar os quatro cantos do planeta aos quais Alexandre, que morreu sem ter mais o que conquistar, estendeu o seu reino. Quanto às “quatro cabeças”, representam os quatro reinos em que o Império Grego foi dividido pelos generais, a saber, o Egito, a Síria, a Trácia e a Macedônia. O leopardo corresponde ao ventre e às coxas da estátua.
Grande animal com dez chifres. Ao contrário de qualquer outro animal que Daniel tenha visto ou ouvido falar, esse era “terrível e espantoso, e muito forte, o qual tinha dentes grandes de ferro […] dez chifres”. Nos dentes de ferro, que correspondem às pernas de ferro, e nos dez chifres, que dizem respeito aos dez dedos da estátua, não é difícil notar uma referência de Daniel a Roma, o quarto reino mundial. Entre os dez chifres havia um “pequeno chifre” que surgia e erradicava três dos dez chifres iniciais. Examinando de perto esse “pequeno chifre”, Daniel descobriu que tinha “olhos como os olhos de homem, e uma boca que falava com vangloria” (Dn 7:7,8). Semelhante aspecto muito perturbou e confundiu a Daniel, e nos reporta à tremenda arrogância e presunção do Anticristo ao lutar contra os santos do Altíssimo na grande tribulação.
Como nos metais que formavam a estátua, também nesses animais há uma degeneração —do ouro para ferro; do leão para um monstro indescritível. Os metais representam os valores humanos dos reinos mundiais —a concentração de riquezas, da majestade e do poder. Os animais dão-nos a visão de Deus —a sucessão de animais selvagens e vorazes devorando um ao outro.
Ancião de dias. Que cena diferente diante de nós agora, com o Rei celestial conquistando todas as autoridades da terra e instaurando o seu reino de paz e de justiça. Por ser eterno, Deus é paciente e terá a última palavra; e, quando se pronunciar em juízo, ai dos governantes ímpios da terra. Daniel apresenta uma cena que simboliza o tribunal (Dn 7:9-14). Quão glorioso é o Ancião de dias em suas vestes brancas, seus cabelos bancos, seu trono de chamas e cercado de majestade! Abre-se o livro e segue-se o fim dos reinos da terra. O Rei de Deus recebe um reino que inclui todos os povos, nações e línguas desejosos de servi-lo. Ele está preparado para limpar a desordem da terra, pela qual as nações são responsáveis, e, quando aparecer como “o Príncipe dos reis da terra”, seu reino será firme, pacífico, benéfico, indestrutível e eterno. Compare essa cena com a que João visualizou (Ap 5:6-10).
Os reinos do mundo surgem da terra, mas “vinha nas nuvens do céu um como o Filho do homem” (Dn 7:13,14). “Vós sois de baixo”, ele diz, mas “sou de cima” (Jo 8:23). Então um reino que não é deste mundo possuirá o mundo. “Teu é o reino” — um reino eterno.
Intimamente associada com o segundo e o terceiro reino está a seguinte visão concedida a Daniel, na qual vemos claramente o Império Medo-Persa e o Grego.
Fonte Consultada:
Todas as parábolas da Bíblia – Uma análise detalhada de todas as parábolas das Escrituras
Herbert Lockyer – Editora Vida
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